Tuesday, May 30, 2006

mais uma redondilha

Prelúdio:

Mais uma redondilha. eu gosto delas porque são estupidas de se fazer e têm uma sonoridade cadenciada, como uma musiquinha. Convido a todos a tentarem fazer uma. é só pegar a cadencia dela (quase um tecno). Da até pra bater palma ritimada na leitura do poema. Em geral elas são uma belezinha. Essa também, apesar de ser o mais fraco de todos os poemas da série. Mas é bonitinho pq tem um "q" infantil, algo quase inocente.

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Redondilha do produto nº 7891360458074

A minha caneta verde
É de retroprojetor
Risca cd e parede
É ideal pra pixador

Mas não saio rabiscando
Vandalismo não é bacana
Moralismo, nem ferrando
Eu sou muito é muquirana

Essa quase musiquinha
A comédia sem futuro
De um metido a menestrel

É poesia à canetinha
Ponta média, verde escuro
Vinda da Faber-Castell





Tuesday, May 16, 2006

ingênuas

prelúdio:
Bom, este soneto foi feito para aquelas borrachas brancas com uma capinha laranja, que todo mundo teve mas que ninguém terminou, igual caneta bic. Eram 2 dessas que eu levava no meu pródigo e inspirador estojo. O soneto é em redondilha maior (7 silabas poéticas). Impressionate como o tedio nos impulsiona... se não pra cima, para o fundo do buraco. hahahahaaha
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Ingênuas
Eram brancas as pequenas
e tão puras, tão serenas
mas a cor que era tão plena
pelo tempo se manchou

E a dureza da tristeza
na aspereza desta mesa
nestas mechas sem beleza
por sua tez desabrochou

Quando o toque no papel
anuncia seu tropel
-este mágico sextante

tua alvura vai ao céu
pois sois gêmas, e ao léu
levam os erros deste errante

Thursday, May 11, 2006

pois então

prelúdio:

Pois então mi cari amiche, prosseguindo na nossa epopéia eu posto agora o que era pra ser postado antes: " o completamente descabido soneto do meu chaveiro de spawn". Esse eu fiz pra um chaveiro que a minha irmã me deu e que vivia caindo pq a corrente arrebentava. Por que descabido?
- foi feito no escuro, no meio de um teatro, minutos após o "componente #1"
- deveria se chamar componente #2
- soneto não tem epílogo
- eu rimo as mesmas palavras
- ele gruda na cabeça
- era pra ser decassílabo
- é estranhão mesmo

Bom, depois de tanto descabimento, ei-lo:
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O completamente descabido soneto do meu chaveiro do Spawn
A corrente que laça, que prende
a corrente que não sucedeu
a corrente que range qual dente
a corrente que quase o perdeu
Se por pouco não foi recorrente
a corrente não te deu adeus
foi por sorte, presente, se foi
que a corrente não te deu à Deus
a corrente, o se foi, o adeus
eu repito nestas nove vezes
na loucura que me acometeu
não podia rimar o que foi
com a corrente (tão frouxa a demente)
do presente que é do sangue meu
EPÍLOGO:
a corrente, demente, a corrente
acorrente a corrente, acorrente
esta estúpida rima vigente
esta puta que vai renitente

Monday, May 08, 2006

keep on


Prelúdio:

Diante da avassaladora massa de pedidos e do sucesso estrondoso do poema anterior, só me resta dizer: calma, calma gente, eu responderei a um coment de cada vez, não adianta todo mundo comentar ao mesmo tempo! Dito isso, esse próximo poema era pra ser o que cronologicamente veio depois do "componente #1". Mas como ele é completamente descabido (seu nomé é "o completamente descabido poema do meu chaveiro de Spawn") eu tomo a liberdade de pulá-lo e atender aos pedidos desta enorme e participativa platéia. Posto agora o poema que eu acho o mais bonito da série. Foi feito pro meu estilete, mas depois de muito tempo eu acabei identificando um "q" auto-biográfico em muitos dos seus versos. Mas foi tudo sem querer viu? Anyway, o que mais me agrada nele é o seu esquema de rimas. Decassílabo, muitas rimas internas, joguinhos de tonantes e consonantes e essas frescuragens todas. Leva o nome da marca do estilete. À vocês:
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Cis

Por vezes eu me aposso do teu corpo
teu dorso é meu, translúcido e imortal
teu aço faz, corrompe e corta o espaço
mas prezo não tornar-te marginal
Pois tudo o que tu tocas se transforma
a norma de deforma e cada qual
bagaço que sobrou do teu cansaço
é resto do teu louco temporal
Reclama toda fama de indolente
poente do exponente que se inflama
vertente desta gama bem e mal
Derrama toda chama inconseqüênte
ardente adolescente por quem clama
tua fúria, teu desejo, teu punhal